... tanta coisa muda, mas muitas vezes tenho a sensação que a minha vida há anos que continua igual ... lembro-me de estar na passagem de ano, já pelo menos três anos seguidos, com uma amiga que sonha também ser mãe, ...e nas badaladas do relógio, por baixo do fogo de artifício que estala sobre as nossas cabeças, a saborear as doze passas cheias de desejos que naquela hora, com tanta magia, esperamos que se realizem..., abraçamo-nos e sussuramos no ouvido uma da outra ... é agora ... é neste ano que a nossa vida vai dar uma volta...
... desiludida ... desesperada ... triste ... sei lá ...
... e seguindo o conselho de alguém mais sábio do que eu, alguém que já viveu mais do que eu, e por isso, alguém que (concerteza) já sofreu mais do que eu e, também, já viveu mais alegrias do que eu ... a minha mãe ... este ano, não formulei desejos ao saborear as minha passas...não fiz brindes ao futuro, com o champanhe...não sussurrei esperanças ao ouvido da minha amiga ... olhei para o fogo de artifício e deslumbrei-me com a sua extraordinária beleza (como já não apreciava desde criança)...comi as passas e senti-as no seu verdadeiro paladar sem esperar mais nada delas se não o seu sabor adocicado...brindei a mim, e a todos no presente...segurei a mão da minha amiga e disse-lhe: gosto muito de ti ... hoje não vamos pedir ... vamos agradecer tudo o que temos ... e o que não temos? Não pedimos ... e se algum dia tivermos ... então ... agradecemos ...
Desde as 00:00 do dia 1 de Janeiro que não peço ... agradeço quando recebo ...
